Aos 27 anos, Hernane viaja domingo para a Arábia Saudita, onde vai realizar os últimos exames médicos e assinar um contrato de três anos. Com o sonho realizado de brilhar no Maracanã, espera voltar ao Flamengo depois de sua passagem pelo Al Nassr.
– Esse é um momento difícil. Você chega em um lugar, faz amizades de verdade, cria afinidades. Quando estiver no aeroporto, vai ser a hora de dar um até logo. Não é um adeus, é um até logo – afirmou Hernane.
O Brocador encerra seu ciclo no Flamengo com 87 jogos e 45 gols, 36 deles marcados em 2013, quando foi o artilheiro do Brasil e fez o mais marcante de sua passagem pelo clube. O do título da Copa do Brasil.
– Ficou marcado. Foi no Maracanã, palco onde todo grande jogador sonha jogar – disse Hernane.
Pela negociação, o Flamengo receberá quase R$ 7 milhões pelos 50% dos direitos econômicos. O restante pertence à empresa Talents Sports, do empresário Paulo Pitombeira (que detém 35%), e ao Mogi Mirim (que tem os outros 15%).
Confira a entrevista de despedida do Brocador:
AGRADECIMENTO
– Antes de qualquer coisa eu queria agradecer meus companheiros, diretoria, torcida… Foi maravilhoso, dois anos e três meses em que me dediquei. Queria muito jogar nesse clube desde criança. É muito difícil, mas fico feliz, é uma oportunidade que esperei por algum tempo, jogar no exterior. Agradeço ao Vanderlei, que me apoiou. Espero deixar as portas abertas e voltar ao clube que aprendi a gostar de verdade.
NEGOCIAÇÃO
– Eu me comportei como em todas as outras propostas que recebi. Sempre procurei me concentrar ao máximo para ajudar o Flamengo.
O da final da Copa do Brasil (gol inesquecível). Foi o do título, no palco onde todo grande jogador sonha jogar. Vai ficar marcado para o resto da minha carreira e para o Flamengo”
Hernane
MOMENTO DO FLA
– É delicado sim, mas nada melhor do que o Luxemburgo para tirar o time dessa situação. Entrar na Copa do Brasil também vai ajudar a fortalecer o grupo. Isso vai ajudar a tirar o Flamengo dessa.
RECUSAS ANTERIORES
– Naquele momento, conversei com meu empresário (Paulo Pitombeira), que respeitou minha opinião. Eu queria jogar a Libertadores. Infelizmente, não fomos bem. Agora, chegou o momento e sei que ajudei bastante meus companheiros. Preciso pensar um pouco na família, mas quero voltar aqui. Deixei boas lembranças.
CICLO NO FLA
– Meu melhor momento na carreira foram os dois anos aqui. Sempre sonhei em jogar nesse clube. Em 2001, fiz uma visita no Maracanã. Com o estádio vazio, sonhei, comecei a imaginar algumas coisas. Em 2012, vim para o Flamengo. Tive um ano difícil, esperei minha oportunidade e pude mostrar meu trabalho.
GOL INESQUECÍVEL
– O da final da Copa do Brasil. Foi o do título, no palco onde todo grande jogador sonha jogar. Vai ficar marcado para o resto da minha carreira e para o Flamengo.
DESPEDIDA
– Tentei me segurar. Os companheiros fazem virar até uma brincadeira, chacota mesmo para a gente não se emocionar muito.
EXEMPLO
– Jogador tem que ter tranquilidade. Cada um vai reagir de um jeito. Nos meus dois anos, eu me entreguei de corpo e alma. Aprendi a gostar do clube, pensava muito no grupo e as coisas aconteciam comigo por isso. Corria atrás, roubava bolas, marcava e ela sobrava para eu fazer os gols.
PRESSÃO DA TORCIDA
– No caso do André Santos, acho que ele quis sair com um pouco de pressa e não era o momento. A torcida estava pegando no pé dele. O recado que tenho para dar é ter paciência, pois o momento é delicado. Ano passado, o time superou esse momento, ganhou título e pode acontecer esse ano novamente.
ÁRABE
– É muito rabisco para mim.
AL NASSR
– Sei que é uma grande equipe, com uma torcida apaixonada. Vou saber mais quando chegar na cidade.
SE FOSSE O FLA, O QUE FARIA COM O DINHEIRO?
– Penso como jogador, isso fica para a diretoria. Nem imagino o que podem fazer.
Fonte: Globoesporte
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